Bebês e crianças querem a atenção dos pais o tempo todo, não importa se eles estão dirigindo, comendo, vendo um filme ou dando uma entrevista à BBC.
Agora chegou a hora de agradecer os pequenos chorões do mundo todo pela carência. Segundo pesquisadores de Harvard, essa insistência toda foi responsável por dar ao ser humano uma das coisas que ele mais gosta: a música.
Pois é. As primeiras canções, ainda na pré-história, teriam sido uma estratégia de mães isoladas para manter seus filhos quietinhos sem precisar pegar eles no colo o tempo todo. O truque dava tão certo que essas mulheres específicas, com uma habilidade musical melhor que a média, também se deram melhor na seleção natural – e deixaram muitos descendentes cantores. As vantagens práticas disso são fáceis de entender: se você põe um bebê de lado para colher frutas ou cortar carne, é mais negócio acalmar o rebento com música do que deixar ele chorar em voz alta (e atrair predadores no processo, é claro).
A música sempre foi um desafio para psicólogos que adotam a teoria da evolução de Darwin para analisar o comportamento humano. Nós adoramos ver as pessoas cantarem, e também dedicamos muito tempo a aprender a tocar instrumentos que, na maior parte das vezes, não nos trarão nenhuma vantagem além da própria capacidade de ordenar sons no tempo. O trunfo dessa teoria é que ela confere à música uma utilidade clara em uma época em que mal existia cultura – e ajuda a explicar porque tantos povos, não importa o quão isolados estivessem um do outro do ponto de vista geográfico, desenvolveram suas próprias canções.
fonte: http://super.abril.com.br/comportamento/musica-evoluiu-a-partir-de-maes-cantando-para-filhos/